Boas notícias vindas do Canadá sobre a liberdade do uso da E2EE – De acordo com notícias publicadas na imprensa, como por exemplo esta da Global News, ou esta do blog do projeto brasileiro Crypto ID, o Ministro da Justiça e Procurador geral do Canadá explicou durante uma conferência de imprensa porque é que a Legislação Online Harms Bill, proposta pelo Governo liberal do Canadá, não abrange explicitamente os serviços de mensagens privadas, usem ou não E2EE (End-to-End Encryption).
Durante a conferência de imprensa, o ministro disse, ver a partir do minuto 27 deste registo da mesma: “What we heard loudly and clearly, specifically in the context of the British debate that related to encrypted communications, […]. They received a lot of negative feedback about the specific challenge that could have for freedom of expression. […] We have reflected on that, on the critical importance of enhancing freedom of expression and promoting freedom of expression. Ensuring that we calibrate this. We are doing this now in a very measured and appropriate manner that addresses the harms as we see them, but ensures that Canadian’s private communications will be exempt from this legislation.”
Congresso dos EUA força a venda do TikTok a uma empresa americana banindo na prática o TikTok do mercado americano – Alegando que o TikTok é controlado por uma empresa chinesa, que como a grande maioria das grandes empresas chinesas da Internet têm uma ligação institucional ao Governo Chinês e ao Partido Comunista Chinês, a câmara dos representantes dos EUA aprovou legislação que, de acordo com a análise de diversos observadores, corresponde na prática a uma proibição do TikTok nos EUA. A Electronic Frontier Foundation considera que esta decisão é um ataque dirigido à liberdade de expressão, que nada faz para endereçar a toxicidade da maioria das redes sociais, geralmente com origem nos EUA.
Geopolítica e normas técnicas da Internet – existe alguma relação entre estas e a chamada Soberania Digital? Mais um interessante artigo de Geoff Huston que analisa se existem ou não relações entre a forma como as normas técnicas da Internet foram, e são desenvolvidas pelo IETF, e a geopolítica, no concerne à assim cahamada “Soberania Digital”.
O artigo mostra como o IETF resistiu a pedidos do Governo dos EUA para introduzir normas que servissem os desejos das agências de vigilância americanas. O IETF resistiu também a que as suas competências fossem transferidas para a ITU, um organismo intergovernamental de supervisão das comunicações. Apesar disso, o articulista defende que os grandes influenciadores e beneficiários do IETF foram as grandes empresas tecnológicas americanas que moldaram a agenda do IETF à forma de gestão do mercado de telecomunicações existente no seu país. Apesar disso, refere Geoff Huston, o IETF foi razoavelmente capaz de gerir uma evolução positiva da tecnologia da Internet sem se envolver demasiado nas questões delicadas que a geopolítica coloca cada vez mais ao mundo digital.
TERTÚLIA TÉCNICA
Streaming sobre QUIC – Um novo grupo de trabalho do IETF está a tentar estudar formas mais otimizadas de difundir streaming de media usando o protocolo QUIC. Atualmente a grande maioria do streaming usa DASH, Dynamic Adaptable Streaming over HTTP. Como o HTTP/3 já usa QUIC, será que é possível optimizar o processo?