O que esperar do Global Digital Compact? – Durante este mês vai haver uma cimeira no quadro das Nações Unidas dedicada a analisar os desafios colocados pelo novo mundo digital. Estará em discussão uma proposta de tratado / declaração designado Global Digital Compact. Num comentário da autoria de Roger Cuchetti, publicado pelo jornal The Hill, o contexto e a proposta são brevemente equacionados. Em resumo, a grande maioria dos países receia que os países mais poderosos e as suas empresas continuem a monopolizar o controle e desenvolvimento do digital. Para as plataformas tecnológicas a atual proposta dá demasiado protagonismo aos países. Já a grande maioria dos países considera que a proposta não lhes dá nenhum poder real. A ISOC divulgou recentemente contribuições públicas sobre a defesa da Internet junto das Nações Unidas e sobre a Governação Internacional da Internet.
Elon Musk gere a plataforma X/Twitter com controvérsia e atritos com as autoridades – Segundo a Wired, no princípio de 2024 Musk desmantelou a equipa de gestão e moderação de eleições do X. Como relata recentemente o The Guardian, o X fechou a sua sede no Brasil para evitar que o sistema judicial fizesse prisões entre os seus funcionários. Nesta sequência, o Supremo Tribunal do Brasil ameaça proibir a plataforma no país. A propósito da recente onda de violência no Reino Unido, várias organizações exigem ao governo do país ações contra “os megafones de violência e falsidades das redes sociais”, com especial realce para a rede X.
Os lucros da gestão do DNS na Nova Zelândia estão a ser usados para a inclusão digital – Como é relatado num post no APNIC blog, os lucros da gestão do InternetNZ – CCTLD (Country Code Top Level Domain) estão a ser significativamente usados para a expansão da inclusão digital do povo Maori, os povos nativos do país.
TERTÚLIA TÉCNICA
IP para o Sistema Solar? O RTT entre a Terra e a Lua é de cerca de 2 segundos e meio, e de 10 a 45 minutos até Marte. Poderá o IP funcionar nestas condições? O IETF está a desenvolver uma arquitetura de rede designada Delay Tolerant Networking (DTN) e o protocolo Bundle (RFC 5050, RFC 9171) para lidar com RTTs elevados e mesmo desconexões prolongadas. Poderão essas soluções ser adaptadas para a comunicação no Sistema Solar? Este post de Geoff Huston relata a discussão que está a ter lugar no IETF sobre esta nova fronteira.
BBR.V3 versus Cubic – Cura ou doença? O protocolo QUICK tem cada vez maior popularidade como protocolo de transporte na Web. O mesmo admite controle de saturação com base em plugins, entre os quais o mais popular é o BBR, desenvolvido pela Google. Um dos problemas levantados pelo BBR é a forma como entra em competição com o TCP pela capacidade da rede. A versão BBR.1 era um competidor desenfreado face ao Cubic, uma das versões mais populares do controle de saturação do TCP, pois ignorava packet-loss e prejudicava as aplicações que usassem o TCP. A versão BBR.2 tornou-se mais “fair”. No entanto, a versão 3 passou a exibir ainda mais inconvenientes e ainda é pior que a versão 1: é o que relatam as experiências realizadas pelos APNIC Labs. Neste site podem encontrar informação mais detalhada sobre o assunto.