Serão as normas da Internet eficazes contra a crescente centralização da Internet?

Serão as normas da Internet eficazes contra a crescente centralização da Internet? O IETF acabou de publicar o RFC 9518 sobre o impacto que as normas da Internet poderão ter na crescente centralização da Internet. No entanto, num post, Mark Nottingham, o autor do RFC confessa-se desiludido com a situação real. O artigo foi igualmente divulgado pela ISOC. Aparentemente, o problema não resulta de facetas técnicas mas antes de fatores económicos, nomeadamente o conhecido efeito económico de rede, ou Matthew Effect, que faz com que os “ricos fiquem mais ricos e os pobres mais pobres”, aplicado a organizações e não só.

A Apple continua a exercer o seu monopólio, conjunto com a Google, através dos sistema iOS, e a faturar de acordo com essa situação – Segundo uma notícia da revista Wired, o supremo tribunal dos EUA deliberou,  no essencial, a favor da Apple, num processo interposto pela empresa de jogos online Epic. A Epic contestou a percentagem cobrada pela Apple quando uma aplicação era instalada a partir da sua App Store, ganhou na primeira instância, mas perdeu no supremo. Assim, o monopólio de facto exercido pela Apple e Google através dos seus sistemas operativos para smartphones, vai continuar a permitir-lhes ficar com cerca de 30% do valor pago pelos utilizadores quando instalam aplicações móveis.

Internet e Geopolítica – O Great Firewall é uma infraestrutura de filtragem que condiciona os dados que entram e saem na Internet Chinesa e impede a informação não condizente com a versão oficial reinante na China, de entrar ou sair do país. Gostamos de pensar que isso é impossível nos países ocidentais. No entanto, segundo um artigo de Milton Mueller, do Internet Governance Project, perante o agudizar de confrontos entre potências globais, as medidas tomadas pelos EUA parecem ser tão restritivas como as impostas pelo Governo da China.


TERTÚLIA TÉCNICA

To peer or not to peer or how to be a better peer – A interligação entre as redes que formam a Internet, os chamados sistemas autónomos, é fundamental para assegurar a conectividade global, o desempenho das comunicações e a fiabilidade e estabilidade da Internet. Neste post no blog dos APNIC Labs, Sam Cham, responsável técnico de interconexão do operador de trânsito RETN, sediado em Londres, apresenta os critérios e ferramentas para uma rede estabelecer as suas relações de peering na Internet. O autor apresenta igualmente o exemplo de um ataque de route hijacking, possível devido à baixa adoção da filtragem de rotas com base em RPKI na Coreia do Sul, como é o caso também em Portugal.