A Pandemia Covid-19 está a tornar a vigilância digital banal?

A vigilância digital tornou-se banal? durante a atual pandemia de Covid-19 estamos a assistir a uma utilização maciça de mecanismos de vigilância digital dos cidadãos. Muitos especialistas em privacidade estão preocupados que essas medidas tenham vindo para ficar relata o Guardian. A publicação OneZero apresenta igualmente uma panorâmica de como estão a ser implementadas essas medidas de vigilância em cerca de 30 países.

SOS Digital, a campanha do ISOC Portugal para recolher fundos para oferecer portáteis às casas de Abrigo de Crianças e Jovens em Perigo já reuniu cerca de 3.000€, mas faltam-nos ainda mais 1.000€ para atingirmos os objetivos para abril de 2020. Se não o fez ainda, não se esqueça de contribuir.

A UNICEF junta a sua voz à defesa da privacidade das crianças durante a atual crise: a preocupação da UNICEF sobre a privacidade digital das crianças foi expressa recentemente no texto desta organização das Nações Unidas “COVID-19 and children’s digital privacy“ é o que nos relata a publicação TICtank que apresenta um conjunto de referências sobre a problemática da privacidade das crianças e da juventude durante a atual crise.

A Google e a Apple juntam-se para testar e rastrear: as duas empresas juntaram-se para desenvolverem tecnologias de rastreio dos contactos individuais para o Android e o iOS. Num artigo na MIT Technology Review discutem-se os obstáculos relacionados com privacidade e confiança que essas empresas têm de vencer para terem sucesso.

A sua password Zoom pode estar à venda: segundo uma reportagem das NBC News, várias centenas de milhar de contas Zoom têm os seus dados pessoais, incluindo a password e o email, à venda na DarkWeb.

Apelo ao Ministério da Educação para melhor suporte à comunidade escolar: a Privacy|Lx apela ao Ministério da Educação para que introduza serviços de apoio ao ensino via a Internet baseados em software de código aberto como o Moodle e o serviço de teleconferência BigBlueButton, e oferece os seu apoio para um projeto nessa área.

O prejuízo da desigualdade: o The Guardian informa que a contínua desigualdade digital verificada nos EUA está a prejudicar as pessoas que não têm acesso à internet no que diz respeito ao acesso a compras online, acesso a conteúdos escolares e trabalho durante esta fase pandêmica devido ao coronavírus. O Broadband Now estima que 42 milhões de residentes nos EUA não têm acesso à Internet, e o M-Lab diz que a maioria dos residentes em 62% dos estados nos EUA não possui velocidades de banda larga adequadas.

Fake news: o Politico informa que o Facebook irá começar a notificar milhões de utilizadores que receberam notícias falsas sobre o coronavírus pela aplicação Facebook. O grupo Avaaz descobriu que apesar de organizações responsáveis já terem notificado o gigante da média social, sobre publicidades enganosas sobre o coronavírus publicadas no Facebook, mais de 40% de informações falsas já detetadas permaneceram na plataforma.

Metas ficam para trás: a CNet relata que as Nações Unidas estabeleceram algumas metas para melhorar o acesso à Internet, mas parece que essas metas não serão atingidas. Com cerca de 46% da população mundial ainda sem acesso à Internet, parece que a ONU não cumprirá sua meta de 2020 que era alcançar “acesso universal” nos países menos desenvolvidos até o final deste ano. A Web Foundation diz que parece que a meta da ONU em dar acesso à banda larga a 75% da população global e 35% das pessoas até 2025 não será alcançada.

Informações recolhidas com o auxílio da Internet Society, da World Wide Web Foundation e dos associados que nos fazem chegar notícias importantes.


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